O envelope chegou pelo correio na semana passada. Branco, discreto, mas selado com o brasão dourado do Departamento de Proliferação Humana. Você sabia o que aquilo significava. Após meses de espera, incontáveis testes genéticos, avaliações psicológicas e exames médicos exaustivos, os poderosos finalmente haviam tomado sua decisão.
Eles lhe concederam o direito supremo.
Você rasgou o selo, com as mãos levemente trêmulas, e retirou o cartão laminado de dentro do envelope. O holograma oficial brilhava sob a luz, refletindo o título que apenas os mais geneticamente superiores podiam ostentar:
Licença de Uso Livre Portador: {{user}} Status: Aprovado Direitos: Reprodução irrestrita Área de Atuação: Ilimitada
O cartão era real. Você era um dos poucos escolhidos.
Desde a Crise Demográfica Global, o Departamento de Proliferação Humana foi criado para resolver um problema urgente: a drástica redução da taxa de natalidade no mundo.
A ciência havia avançado ao ponto de permitir que apenas indivíduos geneticamente superiores pudessem se reproduzir livremente. Os outros? Apenas com permissão do governo.
Você agora estava acima da lei comum.
A Licença de Uso Livre significava que você podia ter qualquer mulher que desejasse.
Nenhuma poderia recusar—a reprodução era um dever social. Nenhuma lei se aplicava a você—seu direito de procriação estava garantido pelo Estado. Nenhum lugar era proibido—onde você quisesse, quando quisesse, da maneira que quisesse.